Flora e fauna autóctones; Jardinagem sustentável; XeroJardinagem; Jardim Natural; Jardim autóctone; Jardim Nativo...
sábado, 28 de junho de 2014
quarta-feira, 25 de junho de 2014
Prado florido, do meu jardim…
Biodiversidade é o meu lema.
No meu jardim autóctone, sinto o pulsar das estações. Se o meu prado no inverno é verde, a proximidade do verão transmuta-o em tons de dourado. Quanto às flores, essas explodem agora de cor.
Estarei eu satisfeito com aquilo que já consegui? Claro que sim, mas nunca plenamente satisfeito!
De saco na mão tenho calcorreado as bermas da estrada que ligam Parada do Bispo a Valdigem (concelho de Lamego). Procuro mais e novas sementes. Perguntam os meus vizinhos se ando a colher caracóis – se lhes respondo que sim, dizem que sou louco, por aqui não há caracóis; se lhes conto a verdade doido serei, só um estouvado se lembraria de colher o que os outros renegam! Lá mais para o outono lançarei as sementes ao chão.
Quanto ao meu prado já instalado, lá para julho estará maduro. Será então roçado. As sementes cairão por terra onde iniciarão um novo ciclo de vida. E como gosto eu da vida…
Rafael Carvalho / jun2014
sábado, 21 de junho de 2014
Florir Armamar / apresentação do meu jardim
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O município de Armamar, onde resido, lançou o concurso "Florir Armamar". Pretende-se reforçar a beleza natural do concelho de Armamar ao convidar a população a florir as suas janelas, varandas, portas, jardins e montras (comércio).
Acreditando no Jardim Autóctone enquanto conceito, decidi inscrever o meu jardim nesta iniciativa.
Transcrevo a minha carta de apresentação.
Caros senhores,
começo por me congratular com a vossa iniciativa - Concurso Florir Armamar 2014.
O paraíso é idealizado como um imenso jardim. Se os jardins e os espaços naturais do concelho de Armamar forem valorizados, todos nós estaremos mais próximos do céu.
Pretendo com este email inscrever o meu jardim no referido concurso. Segue em anexo a ficha de inscrição, como várias fotografias do meu jardim. As fotografias referem-se a vários espaços temporais, variando o aspeto do meu jardim com a estação do ano em que a fotografia foi tirada. Outras fotografias e outros aspetos do meu jardim podem ser vistos no blogue que para o efeito criei - http://jardimautoctone.blogspot.pt/.
Não sendo nativo de Armamar, desde cedo o património desta terra me apaixonou, a tal ponto de por aqui ter assentado arrais. De todos os patrimónios, o natural é talvez o menos conhecido e um dos que mais me apaixona. Tenho por autodidatismo estudado a vegetação autóctone do concelho de Armamar (o termo autóctone é sinónimo de nativo ou indígena, isto é, diz respeito a todo o ser vivo originário do próprio território onde habita).
Tendo construído casa há meia dúzia de anos em Aldeia de Cima, não poderia deixar de honrar a vegetação natural do concelho que me acolheu, ocupando a posição principal no meu jardim. As plantas autóctones respeitam as nossas paisagens e a nossa cultura. Não nos esqueçamos que as paisagens são tão identitárias para os povos como a sua língua. Também é isto que os turistas que visitam o Douro procuram.
Quem tem um tojo no jardim?
Eu tenho! Vários, aliás! Tojos, giestas, rosmaninhos, madressilvas, gilbardeiras, alecrins, carvalhos, sobreiros, prímulas, sanguinhos, zelhas, sabugueiros, roselhas, abrunheiros-bravos, armérias, sanganhos, sargaços, zimbros… Possuo várias dezenas de espécies autóctones no meu jardim, algumas delas endémicas, existentes em espaços muito limitados, como é o caso da Armeria trasmontana, apenas existente no NW da Península Ibérica. As nossas plantas, por nós desprezadas, têm lugar de destaque em países estrangeiros - para os ingleses o rosmaninho é a Lavanda portuguesa!
Sobre os meus muros de pedra plantei várias espécies rupícolas, de que os seduns são apenas um exemplo.
O arquiteto português Gonçalo Ribeiro Telles, foi distinguido com o 'Nobel' da Arquitetura Paisagista, o Prémio Sir Geoffrey Jellicoe. Nos seus projetos as plantas autóctones têm lugar de destaque.
Como as minhas plantas estão naturalmente adaptadas às condições climatéricas e de solo da região duriense, sem necessidade de rega o meu jardim é verdadeiramente ecológico. Relva não tenho – o meu prado natural, limpo e cortado após florir, mesmo que seco no verão enquadra-se no ambiente natural da Europa do Sul, onde nos encontramos.
O meu jardim autóctone também é um jardim-dos-sentidos, evoluindo com as estações. Vejo não só as flores, como os insetos que sobre elas esvoaçam, os répteis, os anfíbios e os mamíferos que comigo partilham o espaço. Ouço as rãs que sem terem sido convidadas povoam o meu lago. Como e sinto o gosto dos medronhos. Embebedo-me com o cheiro das madressilvas. Gosto de tatear o tronco das árvores. Alegra-me saber do valor medicinal de muitas das nossas plantas.
À riqueza florística do meu jardim adiciona-se a riqueza faunística, pelas relações que as plantas autóctones estabelecem com os animais, fornecendo-lhes alimento e abrigo.
Respeitosos cumprimentos e felicidades para a iniciativa.
Rafael Carvalho / jun2014
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