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O caniço é frequente nos
locais húmidos da Beira Litoral, província que me viu nascer. Desde miúdo me
habituei à sua presença em lagos e lagoas litorais, bem como ao longo da Ria de
Aveiro. Possui semelhanças físicas com a exótica e invasora “cana” - Arundo donax, embora
tenha menores dimensões.
As imagens que apresento foram obtidas na Lagoa da Vela em agosto de 2012.
O caniçal constitui um
habitat de grande importância para a avifauna, fornecendo abrigo, alimento e
local de nidificação. O rouxinol-dos-caniços deve o seu nome precisamente à
estreita relação que mantém com este habitat.
O caniço é talvez a planta mais
usada no tratamento de águas residuais, devido à sua capacidade de remover
poluentes orgânicos, metais pesados e hidrocarbonetos.
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Nome vulgar: Caniço; caniço-da-água; caniço-dos-ribeiros; caniço-vulgar
Família botânica: Poaceae
Nome científico: Phragmites australis
Distribuição Geral: cosmopolita
Distribuição em Portugal: vulgar em todo o território, exceto nas zonas de maior altitude
Habitat: o caniço ocorre em locais permanentemente encharcados, podendo tolerar períodos de completa emersão; prefere lagos, lagoas e margens de cursos de água de corrente fraca ou nula, com níveis médios a elevados de nutrientes; tolera alguma salinidade.
Floração: julho - setembro
Características:
Planta vivaz de colmos lenhificados até 4 m de altura; possui rizomas compridos e rastejantes; as suas flores são hermafroditas, dispondo-se em pequenas espigas reunidas em panículas plumosas com comprimento que chega a atingir os 50 cm, frequentemente acastanhadas ou purpúreas; as suas folhas são alternas, largas, lineares a linear-lanceoladas, maiores na parte superior.
Forma extensos caniçais em zonas sob forte pressão antrópica.
Possui potencial ornamental podendo servir para marginar lagos ou cursos de água, especialmente nas suas zonas de ocorrência natural.
Rafael Carvalho / set2012