domingo, 30 de setembro de 2012

Louva-a-deus no meu jardim...

  
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A bicharada parece ter um gosto especial pelo meu jardim, ficando eu satisfeito com isso. Desta feita, mesmo em frente ao meu portão de entrada, o louva-a-deus da imagem elegeu a minha roseira brava como seu território de caça.
Com o seu aspeto alienígena, os louva-a-deus sempre me surpreenderam.
Rafael Carvalho / set2012

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Trovisco (Daphne gnidium)





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Se existem plantas nativas suscetíveis de incluir no rol das ornamentais, o trovisco é sem sombra de dúvida uma delas.
Recorrendo à arte da topiaria, quantas vezes nos nossos jardins vemos bolas de buxo? Ora a natureza do trovisco já lhe confere o formato esférico. Uma vez plantado, mantem-se a bola a custo zero!
Existem empresas especializadas em plantas autóctones que vendem o trovisco. A lisboeta
Sigmetum vende-o a 2,5€ o vaso.
Aqui no Norte confesso que nunca vi um trovisco à venda. Por sementeira ou mesmo por transplante, já fiz várias tentativas de o reproduzir, todas elas sem sucesso.
Os meus vizinhos cortam os troviscos que nascem nos seus terrenos. O da imagem escapou. Grande frustração a minha. Dá deus nozes a quem não tem dentes!…
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Nome vulgar: trovisco; trovisco-fêmea; erva-de-joão-pires; gorreiro; lauréola-macha; mezereão-menor; trovisqueira; matapulgas.
Família botânica: Thymelaeaceae.
Nome científico: Daphne gnidium.
Distribuição Geral: Sul da Europa, Região Mediterrânica e Macaronésia.
Distribuição em Portugal: Presente em todas as regiões de Portugal continental.
Habitat: Matos, matagais e terrenos incultos
Floração: junho - outubro
Características: Arbusto sempre verde que pode atingir até 1,5 m de altura, muito ramificado a partir da base. Possui ramos rígidos mas flexíveis, formando uma copa arredondada. As folhas coriáceas dispõem-se de forma alternada umas em relação às outras. São lineares a lanceoladas, terminando em ponta aguda. As inflorescências, em cacho, encontram-se em posição terminal. O fruto é carnudo, globoso, em princípio verde, depois laranja-avermelhado brilhante, possuindo um única semente ovóide.
É ornamental pela sua forma e tom da folhagem. Os frutos do trovisco são apreciados pelas aves, contribuindo para aumentar a biodiversidade do jardim.
Indiferente ao tipo de solo, é contudo mais frequente em solos ácidos e secos.
Rafael Carvalho / set2012

domingo, 23 de setembro de 2012

Nenúfar-branco na Vela



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Dediquei este verão alguns posts à Lagoa da Vela. Com o nenúfar-branco, verdadeiro rei, termino por agora.
Rafael Carvalho / set2012
 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Abrunheiro-bravo (Prunus spinosa)




 
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Uma vez perguntaram-me que arbusto plantaria num jardim, se lá só pudesse colocar um único pé. A minha resposta foi perentória elegendo o abrunheiro-bravo.
Desconhecido da maioria, considero o abrunheiro-bravo como o mais ornamental dos nossos arbustos autóctones. Após o inverno em que permanece adormecido (o guerreiro também merece descansar), mal chega a primavera explode cobrindo-se generosamente de flores. Como noutras espécies de Prunus, a floração no abrunheiro-bravo ocorre antes de despontarem as folhas, não existindo no arbusto qualquer outro elemento que nos desvie o olhar. Igual encanto por esta planta e pelas suas flores têm os insetos polinizadores – abelhas, besouros, … À medida que a estação avança vão surgindo os abrunhos, primeiro verdes, azulados depois de já instalado o verão. A sedução é tanta que ao jeito de Adão e Eva somos tentados a trincar o fruto proibido – grande asneira, o teor de taninos neste fruto é muito elevado, fica-nos perra a boca. Após a queda das folhas, já em pleno outono, lá ficam dependurados os profusos abrunhos. Serão comidos pela passarada após as primeiras geadas.
Ainda em miúdo, tive o meu primeiro contacto com o abrunheiro-bravo na Serra da Boa Viagem, concelho da Figueira da Foz. Coca-bichinhos, já na altura gostava de me embrenhar em plena natureza.
No Douro, onde agora habito, o abrunheiro-bravo é relativamente abundante. E lá o tenho eu no meu jardim, onde foram aliás obtidas as imagens que ora apresento.
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Nome vulgar: abrunheiro; abrunheiro-bravo.
Família botânica: Rosaceae.
Nome científico: Prunus spinosa.

Distribuição Geral: grande parte da Europa, Oeste da Sibéria, Cáucaso, Sudoeste da Ásia e Noroeste de África.
Distribuição em Portugal: Centro e Nordeste.
Habitat: ruderal, sendo comum em sebes, margens dos campos e caminhos.
Floração: março – maio
Características:Arbusto caducifólio espinhoso e intrincado que atinge de 1 a 2,5 m. Os seus ramos com ritidoma escuro inserem-se no eixo segundo um ângulo muito aberto, próximo muitas vezes dos 90º. Possui folhas simples, alternas, verde-escuras, pequenas, obovado-lanceoladas, com a margem finamente serrada. As folhas são revestidas por uma penugem fina e macia. Quando floresce produz imensas flores, pequenas, solitárias ou geminadas. A corola possui 5 pétalas brancas ou raramente rosadas, sem pelos. Os seus pequenos frutos globosos de cor azul-escura são carnudos, com uma única semente, incluída num só caroço lenhoso, envolvido por uma pele fina.
Pela beleza das suas flores e frutos, possui um grande potencial ornamental. Resistente à seca e ao frio, na extrema dos terrenos e junto a muros forma sebes naturais defensivas. O abrunheiro é um arbusto bastante interessante para a fauna: insetos, aves e pequenos mamíferos alimentam-se do seu pólen, das suas folhas e dos seus frutos; oferece também uma excelente proteção dos ninhos contra predadores.
Prospera em quase todo tipo de solo, embora prefira solos calcários e argilosos. Propaga-se por semente, por mergulhia ou por rebentões de raiz.
Rafael Carvalho / set2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Gratidão

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A internet modificou o mundo, desde logo pela facilidade com que acedemos à informação. Para o bem e para o mal a aldeia global também facilita a troca de experiências. Pessoas com os mesmos gostos partilham ideias. Também se fazem amizades.
Há blogues que sigo onde faço comentários e sou correspondido.
Sigo com entusiasmo um blogue criado lá para o Algarve, bonita província do Sul. O seu autor, de forma desinteressada, ocasionalmente publica ofertas de sementes relativas a plantas do seu jardim, muitas delas autóctones.
Desejava há muito possuir uma rosa-albardeira, planta nativa do nosso território mas ausente na região onde habito. Bonita, do género Paeonia, não existe contudo há venda nos centros de jardinagem. No dito blogue fiz um apelo e fui correspondido. Recebi as sementes da rosa albardeira pelo correio. Como brinde ainda me foram enviadas sementes das plantas Echinops ritro e Vitex agnus-castus.
Dar sem a pretensão de receber algo em troca. Existe melhor amizade do que aquela que é livre de interesse?
Obrig
ado amigo Zé Júlio.
Rafael Carvalho / set2012

domingo, 16 de setembro de 2012

Base de dados da Biodiversidade dos Açores

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"A Galeria da Biodiversidade dos Açores permite que possa apreciar e aprender sobre os diversos aspectos da natureza única e peculiar dos Açores. A nossa galeria oferece uma riqueza de informações sobre plantas e insectos, assim como muitas fotos. Pode utilizar ferramentas para identificação de espécies como navegar pelas nossas galerias temáticas. Esperamos que esta nova ferramenta seja útil na investigação ou mera curiosidade."

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Bunho (Schoenoplectus lacustris)




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Usando uma linguagem simplificada poderei dizer que o bunho é uma espécie de junco gigante. Esse gigantismo permitia que outrora na região da Beira Litoral, de onde sou natural, fosse usado na construção de
esteiras. Na casa dos meus avós, os colchões de palha eram dispostos sobre esteiras pelo que desde cedo contactei com esta planta. Em várias regiões do país é usado para empalhar mesas e cadeiras.
As imagens que apresento foram capturadas na Lagoa da Vela, concelho da Figueira da Foz.
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Nome vulgar: bunho ou bonho
Família botânica: Cyperaceae Nome científico: Schoenoplectus lacustris Distribuição Geral:
Distribuição em Portugal: em todo o território mas sobretudo no Centro e Sul do país.
Habitat: é comum em áreas húmidas e alagadiças, como riachos de baixa energia, lagoas, pântanos e pauis.
Floração: junho - setembro
Características:
O bunho é uma espécie de junco. Erva vivaz, tem caules redondos, verdes, lisos e sem folhas. As folhas, em forma de tira, são todas submersas. As flores apresentam-se em conjuntos pouco densos de espiguilhas ovais vermelhas-acastanhadas, perto do topo dos caules. Cresce em maciços densos, cobrindo largas áreas sobre as águas.
Possui potencial ornamental pela sua corpulência, robustez e beleza das suas inflorescências. Pode servir para marginar lagos especialmente nas suas zonas de ocorrência natural.
Rafael Carvalho / set2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Tabua (Typha sp.)


 

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Não consigo imaginar um lago ou um curso de água de corrente fraca sem a presença da tabua. As suas flores em forma de espiga são inconfundíveis. Sobre um cilindro inferior de cor canela - a espiga feminina, um outro cilindro mais pequeno - a espiga masculina. A floração dá-se de Maio a Agosto. O meu filho diz que a tabua tem um chouriço em cima.
São várias as espécies de tabuas presentes no território nacional: Typha angustifolia; Typha latifolia; Typha domingensis…  A distinção entre elas não é fácil.
Tratam-se as tabuas de ervas palustres vivazes, emersas, com rizomas rastejantes subaquáticos. Os seus caules são simples. As folhas são lineares e planas.
Crescem em pântanos, valas e margens de linhas de água de corrente fraca. Toleram pequenos períodos de secura. Podem formar comunidades densas – os chamados tabuais.
Dependendo da espécie, as tábuas podem ultrapassar os 3 m de altura.
Das raízes às flores, segundo parece, são comestíveis.
As duas primeiras fotografias obtive-as no meu lago. A última fotografia retrata um tabual na Lagoa da Vela, concelho da Figueira da Foz.
Usadas em lagos de jardim as tabuas têm um grande interesse ornamental. Necessitam contudo de mondas frequentes por se revelarem extremamente colonizadoras.
Rafael Carvalho / set2012

 

domingo, 9 de setembro de 2012

Floresta Lusa

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Vamos todos recuperar as espécies autóctones da Floresta Portuguesa: os pinheiros, os carvalhos, o sobreiro, a azinheira, o freixo, o teixo, o azereiro, o cedro, o amieiro, entre outras.
Mais informações clicando aqui.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

As aves rupícolas e aquáticas | Fim-de-semana Europeu de Observação de Aves



A SPEA junta-se mais uma vez à organização, em Portugal, do Fim de semana Europeu de Observação de Aves/EuroBirdwatch 2012, organizado anualmente pela BirdLife International desde 1993. Participe nas atividades da SPEA e dos parceiros e junte-se aos milhares de europeus fascinados pelas aves e pela migração.


Organização: Associação Transumância e Natureza; Quercus Guarda; Associação Transcudânia
Locais: Reserva da Faia Brava e Barragem de Almofala (Figueira de Castelo Rodrigo)

Data: 06/Out/2012

Mais informações

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Caniço (Phragmites australis)


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O caniço é frequente nos locais húmidos da Beira Litoral, província que me viu nascer. Desde miúdo me habituei à sua presença em lagos e lagoas litorais, bem como ao longo da Ria de Aveiro. Possui semelhanças físicas com a exótica e invasora “cana” - Arundo donax, embora tenha menores dimensões.
As imagens que apresento foram obtidas na Lagoa da Vela em agosto de 2012.

O caniçal constitui um habitat de grande importância para a avifauna, fornecendo abrigo, alimento e local de nidificação. O rouxinol-dos-caniços deve o seu nome precisamente à estreita relação que mantém com este habitat.
O caniço é talvez a planta mais usada no tratamento de águas residuais, devido à sua capacidade de remover poluentes orgânicos, metais pesados e hidrocarbonetos.

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Nome vulgar: Caniço; caniço-da-água; caniço-dos-ribeiros; caniço-vulgar
Família botânica: Poaceae
Nome científico: Phragmites australis
Distribuição Geral: cosmopolita
Distribuição em Portugal: vulgar em todo o território, exceto nas zonas de maior altitude
Habitat: o caniço ocorre em locais permanentemente encharcados, podendo tolerar períodos de completa emersão; prefere lagos, lagoas e margens de cursos de água de corrente fraca ou nula, com níveis médios a elevados de nutrientes; tolera alguma salinidade.
Floração: julho - setembro
Características:
Planta vivaz de colmos lenhificados até 4 m de altura; possui rizomas compridos e rastejantes; as suas flores são hermafroditas, dispondo-se em pequenas espigas reunidas em panículas plumosas com comprimento que chega a atingir os 50 cm, frequentemente acastanhadas ou purpúreas; as suas folhas são alternas, largas, lineares a linear-lanceoladas, maiores na parte superior.
Forma extensos caniçais em zonas sob forte pressão antrópica.
Possui potencial ornamental podendo servir para marginar lagos ou cursos de água, especialmente nas suas zonas de ocorrência natural.

Rafael Carvalho / set2012

domingo, 2 de setembro de 2012

Festival de Observação de Aves 2012, Sagres

Festival de Observação de Aves, 3ª edição
30 de Setembro a 7 de Outubro de 2012
Sagres

Mais informações clicando aqui

Cortiça Nacional Brilha no Serpentine Gallery



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Serpentine Gallery Pavilion com cortiça Amorim apresentado com a maior cobertura mediática de sempre.
 
O Pavilhão estará aberto ao público, em Londres, até 14 de Outubro.
Inaugurado no passado dia 1 de Junho, num evento reportado por 135 jornalistas, a edição deste ano do Serpentine Gallery Pavilion é uma verdadeira montra para a cortiça nacional, tendo a Corticeira Amorim enviado para o efeito mais de 80 m3 de cortiça.
Elemento transversal a todo o espaço subterrâneo do Pavilion, a cortiça foi seleccionada por ser um material que favorece a acústica do espaço e por apresentar características sensoriais distintivas, quer ao nível do tacto quer ao nível do olfacto, conforme comprovam os testemunhos de Herzog e de Meuron: “É suave e quente ao toque, tem um cheiro muito característico e é passível de ser moldada em diferentes geometrias”.
Na inauguração, António Rios de Amorim, Presidente da Corticeira Amorim, revelou-se “muito satisfeito com a projecção que a cortiça assume neste projecto icónico da arquitectura mundial, sendo expectável que desta utilização advenha um maior reconhecimento internacional para a cortiça, uma matéria-prima que nos esforçamos por valorizar diariamente.”
O Pavilion desenhado por Herzog & de Meuron e Ai Weiwei apresenta-se como um lounge de cortiça, de forma circular, com uma estrutura complexa multi-nivelar, na qual proliferam 108 peças de mobiliário de aglomerado expandido de cortiça, desenhado especificamente por Ai Weiwei e por Herzog e de Meuron para este efeito e esculpido manualmente por técnicos da Amorim Isolamentos, com a supervisão da equipa de arquitectos.
O Serpentine Pavilion 2012 foi já adquirido pelos reconhecidos coleccionadores internacionais Usha and Lakshmi N. Mittal e entrará, a partir de 14 de Outubro, para a sua colecção privada.