segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Buxo (Buxus sempervirens)





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Tomei pela primeira vez contacto com o buxo ainda em miúdo - tinha a minha mãe trazido vários pés do “Horto de Esgueira”, com que embelezou uma bordadura do jardim lá de casa. Morava eu na altura em Aveiro, terra que me viu nascer.
Vários anos passaram, vários jardins visitei e em quase todos lá estava o buxo. Pela grande resistência à poda, esta espécie é há muito empregue nos jardins, nomeadamente na arte da topiaria – a arte de esculpir as plantas.
Já a residir no Alto-Douro, tive o meu primeiro contacto com o buxo em estado selvagem nas margens do dito rio, em Porto de Rei, concelho de Mesão Frio. Estava na altura longe de saber que o buxo é uma espécie autóctone. Intrigou-me pois a sua presença em plena natureza. Mais tarde descobri que esta planta não existe só no Douro como nalguns dos seus afluentes do Nordeste português – Tua, Sabor, … .
As fotografias que ilustram este post obtive-as na Ilha dos Amores, concelho de Castelo de Paiva. Douro atlântico portanto, onde são diminutas as referências a esta espécie.
O buxo é em Portugal uma relíquia do Terciário, época em que a floresta Laurissilva cobria parte da Europa. Partilha este estatuto com o azereiro, a hera, o folhado, o azevinho, o loureiro e o medronheiro. Possuo vários buxos no meu jardim.
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Nome vulgar: buxo; buxinho; bucheira, buxo-comum; buxo-arbóreo; olho-de-gato;árvore-da-caixa
Família botânica: Buxaceae
Nome científico: Buxus sempervirens
Distribuição Geral: Sudoeste e Centro-oeste da Europa; Noroeste de África; Sudoeste da Ásia
Distribuição em Portugal: bacias dos grandes rios do Nordeste Transmontano.
Habitat: Matos ripícolas em leitos de cheia, em substratos pedregosos básicos e ultrabásicos mas também em xistos e granitos.
Floração: janeiro – maio
Características: Arbusto ou pequena árvore que pode atingir até cinco metros de altura, muito ramificado, de ritidoma inicialmente liso e castanho, depois suberoso e acinzentado. Os ramos, verdes, possuem pelos. Os mais velhos adquirem cor amarelada.
As folhas, persistentes, possuem 15 a 30 milímetros de comprimento, são opostas, ovadas ou elípticas, possuindo um pecíolo curto. A coloração das folhas é verde, mais claras na página inferior, embora varie do amarelado ao avermelhado durante o inverno.
As inflorescências são axilares, amareladas, constituídas por 5 a 6 flores masculinas que rodeiam uma feminina central.
O fruto é uma cápsula, acastanhada ou acinzentada, com sementes duras e escuras.
Utiliza-se muito em jardinagem (topiaria e construção de sebes) por suportar bem as podas e não perder a folhagem no inverno. O buxo deve ser cultivado em pleno sol ou em meia-sombra. É tolerante ao frio. Adapta-se a todos os tipos de solos, embora os prefira calcários. Multiplica-se facilmente por estaca e por semente.
Rafael Carvalho / nov2012

1 comentário:

  1. Realmente tambem só o vi em estado selvagem no norte, mais precisamente em macedo do peso perto de mogadouro.
    bom trabalho!

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