sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Nomenclatura botânica

Os nomes comuns variam por vezes de região para região, existindo plantas da mesma espécie a que correspondem nomes comuns diferentes – o autóctone rododendro é conhecido em Vouzela por loendro, enquanto na serra de Monchique é conhecido por adelfeira. Ao invés existem plantas de espécies diferentes com o mesmo nome comum – loendro é também o nome popularmente dado às plantas da espécie Nerum oleander. O nome comum varia ainda de língua para língua. Para evitar confusões existem os nomes científicos que são usados em todo o mundo, permitindo uma identificação precisa da espécie em causa.


Que nos diz um nome científico?
Exemplo: Rhododendron ponticum.

O nome científico relativo a cada espécie é formado por duas palavras: o nome do genéro e o epíteto específico, normalmente um adjetivo. O nome genérico e o epíteto específico devem sempre ser escritos em itálico, ou, na sua indisponibilidade, devem ser sublinhados. 
O primeiro termo, o nome genérico é sempre escrito começando por uma  letra maiúscula, enquanto o epíteto específico começa por uma minúscula.
Se num texto existirem referências repetidas a plantas do mesmo género, este é abreviado – em vez de Helichrysum stoechas aparece H. stoechas por exemplo.
A abreviatura "sp." é usada quando o nome da espécie não pode ou não interessa ser explicitado. Por exemplo: "Erica sp." significa uma espécie do género “Erica”.
As subespécies têm um trinome, colocados pela seguinte ordem: nome genérico, descritor específico e descritor subespecífico. Exemplo: Cistus ladanifer sulcatus, onde sulcatus é a subespécie.

Explicação dos nomes científicos
Os nomes científicos, podem dar-nos informações acerca das plantas. Podem derivar do latim, do grego ou de termos nativos, referindo por vezes a cor da flor, a textura da folha, ou o porte da planta, entre outros. Populus albaalba de branco; Linaria eleganselegans de forma elegante; Chamaerops humilishumilis de porte pequeno; Lupinus angustifoliusangustifolius de folhas estritas; Helleborus foetidusfoetidus de fétido; Carthamus lanatuslanatus de lanudo; Ulex europaeuseuropaeus de europeu; …

Da família à espécie
Família
Rosa (Rosaceae)
Rosaceae, Liliaceae, Asteraceae, Ericaceae, Iridaceae, Fagaceae, …
As plantas semelhantes agrupam-se por famílias. O nome da família é constituído pelo radical do nome do género de maior representatividade (em números ou popularidade) de espécies da família a que pertence, acrescido da terminação"-aceae".
Exemplo: género representativo Rosa mais o sufixo "aceae", origina a família Rosaceae.
A família é subdividida em grupos mais pequenos – os géneros.
Género
Na família Rosaceae existem Prunus, Crataegus, ….
Em cada género existem ainda plantas diferentes, havendo pois necessidade de existirem mais divisões – as espécies.
Espécie
Crataegus monogyna
O Crataegus monogyna é o pilriteiro. Dentro de cada espécies podem ainda existirem variações de ocorrência natural ou artificial.
Rafael Carvalho / fev2014

9 comentários:

  1. Viva Rafael,
    Que boa entrada sobre a nomenclatura. Obrigado! E como o essencial está aqui escarrapachado peço licença para um post no facebook a linkar para esta entrada! Um abraço e votos de bom fim de semana!
    Jgomes

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  2. Caro João Gomes,
    força com o link!
    Bom fim de semana!

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  3. Muito didático este artigo, Rafael!

    Cumprimentos.
    Paulo Fonseca

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  4. Correctíssimo Rafael. Mas, às vezes a nomenclatura não quer dizer muito, levando mesmo a uma certa confusão. Nem sempre se pode interpretar o nome cientifico como correcto, podendo mesmo nos induzir em erro. Há milhares de exemplos, mas um que nos diz particular respeito é o caso da Scilla peruviana, que nem é uma scila, e muito menos é originaria do Peru. É uma espécie autóctone de Portugal, mas as regras da nomenclatura botânica, não permitem uma alteração ao nome simplesmente por este puder causar confusão. Lineu pensou que era uma espécie vinda do Peru qdo lhe deu o nome. Cumprimentos.

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  5. Jaime, já para não falar do famoso cedro do Buçaco, (que nem cedro é) que tem o nome científico de cupressus lusitanica e no entanto é originário do México/América Central.

    Cumprimentos
    Paulo Fonseca

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  6. James e Paulo,
    mais uma acha para a fogueira...
    Com a erva-besteira (helleborus foetidus) já fiz trinta por uma linha, cheirei, espremi e voltei a cheirar, folhas flores e raízes. Quanto a mau cheiro, cheiro fétido, nada!

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