terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Primeiros linces ibéricos foram libertados esta terça-feira em Mértola

Imagem obtida aqui.
+
A TSF publicou hoje às 06:32 a notícia passo a transcrever.

Um casal da espécie ameaçada é libertado numa área cercada de dois mil hectares. São os primeiros linces criados em cativeiro a serem reintroduzidos em Portugal.
O casal de linces ibéricos será libertado no parque Natural do Vale do Guadiana, em Mértola. Um dos animais veio do Centro Nacional de Reprodução de Lince Ibérico em Silves e o outro de Espanha. Este casal, de uma espécie considerada em sério risco de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza, vai ser libertado numa área cercada de dois mil hectares.
À TSF, o Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Miguel Castro Neto, diz que este é um marco «único e extraordinário na história da conservação da natureza em Portugal: vamos reintroduzir uma espécie que se extinguiu no país».
Se tudo correr bem, os dois linces poderão sair da zona cercada no final de janeiro e até meio do próximo ano devem ser libertados mais oito animais. O objectivo é que os linces se reproduzam autonomamente para que deixe de ser necessário libertar mais linces criados em cativeiro. Os animais terão todos uma coleira que emite um sinal de GPS para que sejam acompanhados pelo Instituto de Conservação da Natureza.
Do lado dos caçadores, a Federação Portuguesa de Caça considera prematura a decisão de libertar os linces. Jacinto Amaro, o presidente da Federação, diz que a população de coelhos bravos, o principal alimento do lince, não é suficiente para aguentar a competição entre os caçadores e os felinos. Ouvido pela TSF, Jacinto Amaro lembra que «a população de coelhos, por causa da nova estirpe da doença vírica hemorrágica, caiu drasticamente. Não há a mínima condição para os linces se alimentarem da população de coelhos».
Em resposta, o secretário de Estado sublinha que esta federação foi a única das três que representam os caçadores que não assinou o Pacto Nacional para a protecção do lince ibérico, garantindo ainda garante que a zona tem sido monitorizada e que existem 3,5 coelhos por hectare. José Paulo Martins, dirigente da Quercus, também acredita que a alimentação está garantida pois «a região de Mértola é das zonas com maior densidade de coelhos».
A Quercus afirma que encara esta nova fase da reintrodução do lince ibérico em Portugal com alegria mas também com alguma apreensão. José Paulo Martins aponta dois riscos: «sabemos que em Espanha os atropelamentos têm sido uma importante causa de mortalidade. Os animais vão ser introduzidos em zona de caça. Será preciso acompanhar essas situações».
Em Julho, a Quercus assinou, tal como várias associações de caçadores, de produtores agrícolas e a administração pública, o Pacto Nacional para a Conservação do Lince Ibérico. A Federação Portuguesa de Caça não subscreveu esse pacto.
O Secretário de Estado sublinha que o investimento que se fez para reintroduzir os linces em Portugal não serve apenas para beneficiar a espécie e dos habitats mas também para «atrair investimento e visitantes para os territórios desertificados do Interior».

2 comentários:

  1. Parece-me que se os coitados não morrerem de fome, estarão condenados a serem passados a ferro numa qualquer estrada.
    Tanto se fala no lince, que extinguimos, enquanto por outro lado, nunca ouvi falar de tentar reintroduzir o urso, que andava pelo Gerês e que ainda existe em Espanha. Enquanto isso, o lobo que ainda vagueia é motivo de ódio quando ataca as ovelhas, como se ouviu recentemente falar em Almeida.
    O Homem é mesmo o pior vírus que apareceu à face da terra, e esse sim, já merecia ser extinto para todo o sempre.

    ResponderEliminar
  2. Aquifolivm,
    o lobo parece estar em expansão, Quanto ao urso, existem relatos de ter feito recentemente algumas incursões ao território nacional.
    A cabra do Gerês, parece ter vindo para ficar...
    Cumprimentos.

    ResponderEliminar