domingo, 11 de agosto de 2013

Palmeira-anã (Chamaerops humilis)





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Chamaerops humilisChamaerops deriva da junção de duas palavras gregas cujo significado é "arbusto" e "anão"; humilis do latim "humilde".

A palmeira-anã foi das primeiras plantas a criar em mim a sensação de fascínio. Miúdo, na altura residente no Norte da Beira Litoral, Portugal atlântico portanto, habituado a ver palmeiras pela televisão apenas em destinos tropicais, como poderia suspeitar da presença de palmeiras autóctones no nosso território?
Pois para lá da serra algarvia existem palmeiras. E não são só as palmeiras exóticas presentes nos empreendimentos turísticos. A palmeira-anã existente no barrocal e no litoral algarvio é a única palmeira nativa da Europa.
O fascínio continuou a perdurar. Há catorze anos, quando pela primeira vez fui ao Algarve, mesmo sem ter jardim trouxe de lá uma palmeira-anã. Aguardou envasada dez anos pelo meu jardim autóctone.
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Nome vulgar: Palmeira-anã; Palmito; Palmeira-das-vassouras; Palmeira-vassoureira; Palma; Palmeira-de-leque-da-europa; Palmito-espanhol; Leque-do-mediterrâneo.
Família botânica: Arecaceae.
Nome científico: Chamaerops humilis.
Distribuição Geral: margens africana e europeia da região mediterrânica ocidental.
Distribuição em Portugal: Algarve; pontualmente no litoral alentejano e na Serra da Arrábida.
Habitat: matagais; terrenos soalheiros, incultos, secos e pedregosos, muitas vezes em arribas litorais. Indiferente edáfica surge no Algarve em solos arenosos compactos, calcários ou xistosos.
Floração: março a maio.

Características:
A palmeira anã é uma planta dióica. A sua inflorescência é amarela, disposta entre as folhas. A polinização das suas flores é feita principalmente pelo insecto Deleromus Chamaeropsis e provavelmente também pelo vento.
Os seus frutos possuem aproximadamente 1 cm de diâmetro. De coloração castanha amarelada ou avermelhada os frutos são drupas que servem de alimento a vários animais que contribuem para dispersar as sementes da planta. A maturação dos frutos dá-se pelo verão/outono.
Com apenas alguns decímetros de altura a palmeira-anã possui porte arbustivo, formando touceiras com múltiplos pés. O caule possui a superfície revestida por fibras escuras provenientes da desagregação de bainhas velhas.
De cor verde as suas folhas rígidas e em leque são profundamente divididas, com pecíolos possuindo espinhos curtos e recurvados ao longo das margens. As folhas crescem até 50-60 cm. As folhas da palmeira-das-vassouras são usadas tradicionalmente no fabrico de vassouras, esteiras, chapéus e cordas, daí derivando esse nome comum.

Isolada ou em maciços, em vaso ou diretamente sobre o solo, a palmeira-anã é extremamente ornamental no jardim. Resiste com facilidade à secura estival e às geadas do inverno, à insolação e à pobreza do solo. Cultivada para fins ornamentais a planta atinge maiores dimensões que no seu ambiente natural, podendo nesse caso atingir os 3 ou mais metros de altura. Plantada num jardim a palmeira-anã o dá um toque mediterrânico ao espaço, sendo atualmente cultivada como planta ornamental em várias regiões do mundo. Esta pequena palmeira é ideal para pequenos jardins. Pode-se propagar a palmeira-anã por semente ou por divisão dos rebentos que vão nascendo junto da planta mãe.
Rafael Carvalho / ago2013

1 comentário:

  1. Boa tarde Rafael. Classifica a palmeira anã como chamaerops humilis. No entanto tenho visto classifica—la como serenoa reppens cuja designação em inglês é saw palmetto. Tratam—se das mesmas plantas? Obrigado, Luís. (luis.nozes@gmail.com)

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