domingo, 11 de maio de 2014

Do monte de entulho, para o meu jardim…




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Pretendo recolher sementes para melhorar o prado florido lá de casa. Procuro espécies ruderais, adaptadas a locais frequentemente perturbados, de que as bermas de estrada são um exemplo.
A primavera, estação propícia à floração, é a altura do ano mais adequada para prospetar o terreno. “Cartografo” agora os locais onde existem as espécies pretendidas, para lá voltar no verão com o intuito de recolher sementes.
Com as bermas de estrada a serem varridas a herbicida, tive no ano passado várias desilusões. Como as autarquias abusam dos herbicidas, julgo urgente a criação de legislação que modere o seu uso.
São várias as entulheiras existentes no meu concelho. Com as espécies ruderais a serem expulsas das bermas de estrada, os aterros e os depósitos de entulho, ironicamente, constituem-se agora como reservatórios de biodiversidade. Na busca de sementes é para lá que agora me viro.
Rafael Carvalho / mai2014

12 comentários:

  1. Inteiramente de acordo. O que se passa no que respeita ao uso de herbicidas é uma vergonha e uma calamidade.

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  2. Não tinha visto o uso de herbicidas nas estrada por aqui, mas este ano tenho visto as bermas todas secas, e mais inteligente ainda, colocaram herbicida no pé de árvores recentemente plantadas! Na volta terá sido uma medida de poupança de recursos deste governo fascizóide. É mais rápido e mais barato que contratar pessoas para andar de roçadora na mão.

    Também vi o meu vizinho, que se transformou agora num novo-hortelão, primeiro andar a deitar herbicida no relvado por causa das daninhas, e depois usou-o no terreno depois da terra preparada para plantar. Depois as pessoas colhem as plantam e dizem com toda a confiança que "sabem o que estão a comer"... mas saberão mesmo? Tem de haver qualquer coisa de muito errado nos cérebros das pessoas.

    Não tenho um prado, mas bem que gostava de ter papoilas no jardim. Mas já vi uma no monte, mesmo ao lado de minha casa...

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  3. Francisco,
    o que se passa é verdadeiramente dramático.
    Curiosamente para os agricultores existem regras. Nos pomares, por exemplo, só é permitido colocar herbicida nas linhas das árvores, sendo proibido o seu uso no espaço interlinhas.
    Relativamente às limpezas de berma, só deveriam ser permitidas por meios mecânicos. Claro que o uso do herbicida é mais barato...
    Estará a humanidade a tornar-se biofóbica?
    Cumprimentos.

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  4. Aquifolivm,
    existem braços mecânicos roçadores que se acoplam aos tratores, o que reduz a mão de obra.
    Cumprimentos.

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  5. O uso de herbicidas e pesticidas químicos tem vindo a ganhar terreno nos quintais e mesmo nos arruamentos das aldeias. Aqui na Beira Baixa as populações rurais mostram-se permeáveis a novos e perigosos hábitos, muitas vezes difundidos por vizinhos "evoluídos" que regressam temporadas à sua terra natal, vindos das cidades, e proclamam a inevitabilidade da "modernização" da agricultura.
    Pelo que diz o Rafael, até as autarquias difundem agora tal "modernização". O mundo rural está entregue à sua sorte e não se vêm campanhas públicas de esclarecimento.
    Roçar ervas "à la pate", utilizar adubos orgânicos, proteger espécies autóctones,... tornaram-se coisas bizarras.

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  6. Rafael,
    As papoilas que semeou no Outono germinaram? As minhas não. Este ano vou fazer nova tentativa.
    Em relação aos herbicidas, até em escolas eles são utilizados. É assim que se educa as gerações futuras. Queixam-se do amianto mas depois andam a espalhar herbicidas.
    Cumprimentos.
    Paulo

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  7. Paulo,
    em 2012 semeei papoilas a lanço, sem remexer a terra. Tive muitas papoilas no jardim em 2013.
    No outono passado fiz o mesmo, contudo este ano também eu não tive papoilas.
    Quando este ano as semear, vou remexer a terra onde as colocar.
    Cumprimentos.

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  8. Rafael,
    Também já tinha pensado nessa solução. Serão insectos que comerão as sementes?

    Cumprimentos
    Paulo

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  9. Paulo,
    fica a interrogação no ar!
    Cumprimentos.

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