domingo, 15 de julho de 2012

As dedaleiras do meu jardim

 
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Apresento-vos hoje as dedaleiras do meu jardim.
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A primeira imagem refere-se à Digitalis purpurea, normalmente presente em matos e relvados húmidos, sendo também ruderal. Para meu expanto no meu jardim encavalitou-se num dos muros de xisto.
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Quanto à segunda imagem, reporta-se à abeloura-amarelada. Tenho dúvidas contudo relativamente à identificação da espécie. Poderá tratar-se da
Digitalis thapsi, um endemismo ibérico ou, com um pouco mais de sorte, da Digitalis amandiana, um endemismo duriense, circunscrevendo-se no mundo apenas à região do Douro, onde habito. Ambas são rupícolas, habitando locais rochosos, mais soalheiros no caso no caso da Digitalis thapsi.
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Sendo natural de Aveiro, onde as únicas rochas que me habituei a ver eram as da calçada, durante muito tempo só tive consciência da existência da dedaleira Digitalis purpurea. Uma vez no Douro, perante a abeloura-amarelada presente em locais rochosos, pensava inicialmente estar diante da mesma dedaleira.
Castigada pelas condições ambientais, teria apenas um aspeto mais amarelado. Enganei-me!
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Cruzando os dados do Flora On com os dados da Flora Digital, verificamos existirem em Portugal pelo menos quatro espécies de dedaleiras. Com flores entre o branco e o amarelo, apenas não aludi neste texto à Digitalis Mariana.
Rafael Carvalho / jul2012

 

6 comentários:

  1. Rafael, na minha zona existe bastantes Digitalis espontâneas...será fácil de encontrar em especial na Serra de Montejunto, mas por aqui normalmente não as encontro nas rochas mas antes nos matos e florestas. Em especial em zona húmidas perto de linhas de agua. Tb queria plantar no meu jardim, mas dada a elevada toxicidade da planta desisti, especialmente porque temos animais e os cães adoram escavar tudo. Na verdade comprei semente e tudo, trouxeram-me da Alemanha um cultivar famoso, mas depois das plantas estarem crescidas arrependi-me de as plantar. Agora tenho uma serie delas à procura de um novo dono, espero que as aceitem no jardim botânico, tou a aguardar uma resposta deles. De qualquer forma as suas ficam muito bem a crescerem no meio do muro, mto interessante!

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  2. James,
    a primeira imagem referente à Digitalis purpurea é efetivamente atípica. Não é comum vê-la no meio da rocha.
    Cumprimentos.

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  3. James, a D. purpurea não é de facto típica de Aveiro e a da imagem não é uma purpurea típica,a não ser no aspeto geral da inflorescência.
    Quanto à segunda, tem mais aspeto de D. (p.) amandiana do que de D. thapsi. Mas habitua-te à ideia de que os intermédios são tão ou muito mais comuns que os típicos em (sub)espécies (por vezes com vários 'sub') próximas. Aliás, o típico às vezes nem é fácil de encontrar. A segunda foto parece ter algo de D. thapsi (flor) e mais ainda de D. (p.) amandiana (caule, folhas). Por ex. entre Almeida e Foz Côa vêem-se muitas intermédias como essa, e p.e.x na zona de Baião vêe-se sobretudos intermédias entre D. purpura e D. (p.) thapsi. Além que as thapsi de uma zona não são iguais às de outra zona, porque evidentemente há subespécies e sub sub e subsubsub etc.
    Rafael, cresci com as dedaleiras e vejo diariamente ovelhas a pastar em campos cheias delas; temos de ser nós a limitá-las, pois infestam todo o terreno já que as ovelhas não lhes tocam nem se metem no meio delas a não ser quando estão já secas e em agosto até tasquinham algum bocadito da folha de um verbasco ou de uma dedaleira.

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  4. (no meu comentário, vejo que troquei os nomes das pessoas a quem me queria dirigir.)

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