domingo, 30 de dezembro de 2012

Ora bolas!


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Não existem árvores de Natal sem bolas, e quanto mais diversas melhor!
Os abrunheiros-bravos (Prunos spinosa) do meu jardim, todos os anos me presenteiam na quadra natalícia com os seus esféricos abrunhos.
Monocromáticos, de anil tingidos, os abrunhos diferem no seu tamanho. Não encontro dois iguais.
O facto deste arbusto nesta altura não possuir folhas, focaliza-nos a atenção nos seus frutos. A par com os
meus pilriteiros, os meus abrunheiros-bravos são pois os meus arbustos de Natal.
Rafael Carvalho / dez 2012

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Loucos pilriteiros, os do meu jardim…

 
 



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Gémeos aparte, não existem duas pessoas iguais. Com os restantes seres vivos acontece o mesmo!
Lado a lado, no meu jardim, convivem pilriteiros já há muito carecas com outros contendo folhas ora verdes ora de ouro pintadas.
Rafael Carvalho / dez2012

domingo, 23 de dezembro de 2012

Um Bom Natal!

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São vários os azevinhos presentes no meu jardim. O azevinho é um arbusto/árvore presente em algumas das serras do Centro e Norte de Portugal.
A associação entre esta planta e o Natal é de tal forma grande que, para a salvaguarda desta espécie vegetal, a sua colheita foi proibida em meio natural (
D.L 423/89 - 4 dez), o que ocorria com frequência precisamente na época natalícia.
Lamentava no outro dia o autor de um
blogue amigo a dificuldade em vingar os azevinhos em solo lisboeta – os azevinhos não gostam de solos calcários. Sorte tenho pois eu!
Em solo transmontano, com frequência visito as Serras do Marão/Alvão. Para alegria de quem passa, lá estão os altivos azevinhos.
Para quem deseje ter um azevinho no jardim, não se esqueça de que se trata de uma espécie dióica, existindo pois exemplares femininos e exemplares masculinos. Só os exemplares femininos dão fruto – as vistosas bagas vermelhas. A frutificação porém só ocorre se existir um exemplar masculino nas redondezas.
Rafael Carvalho / dez2012

domingo, 16 de dezembro de 2012

Urzes e medronheiros, ericáceas do meu jardim…


 Medronheiro - Arbutus unedo
Urze-branca - Erica arborea
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No meu jardim tenho diversas ericáceas – urzes, torgas, rododendros, mirtilos, medronheiros e, em pleno Alto-Douro, até uma camarinheira!
Para mim, que sou um candidato a aprendiz de botânico, pequenas descobertas que fui fazendo não raras vezes me deixaram boquiaberto.
Há alguns anos não suspeitaria que a urze-branca e o medronheiro estariam ligadas por laços familiares. Ora as espécies agora referidas pertencem à grande família das ericáceas. Pondo de parte o fator escala, com formato acampanulado é curiosa a semelhança entre as flores do medronheiro e da urze.
Rafael Carvalho / dez2012

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Descubra a fauna e flora de Vila Real através do computador

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A câmara e a universidade de Vila Real lançaram uma plataforma na Internet que concentra dois anos de investigação sobre a biodiversidade do concelho e possibilita uma viagem virtual pela fauna e pela flora locais.
A Plataforma da Biodiversidade foi desenvolvida pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) no âmbito do Programa de Preservação da Biodiversidade de Vila Real, que contou com uma verba de 1,7 milhões de euros para a proteção das espécies da flora e da fauna do concelho.
O vereador do Ambiente, Miguel Esteves, explicou que a nova ferramenta, que classificou como "pioneira no país", permite "explorar, através da Internet, o concelho".
Em causa estão dois anos de investigação e de monitorização no terreno realizadas pela UTAD. Nesta plataforma será possível saber, através da georreferenciação, onde se encontram determinadas espécies no território.
No concelho destacam-se animais como o lobo ibérico, a gralha-de-bico-vermelho ou a borboleta azul.
A pesquisa pode ser feita por espécie ou por zonas e estão ainda disponíveis informações sobre a biologia, o habitat ou o estado de conservação de cada espécie animal ou vegetal.
O projeto permite ainda identificar um conjunto de percursos pedestres e de pastoreio e os rios do concelho. A plataforma pode ser consultada no endereço http://biodiversidade.cm-vilareal.pt:8080/plataforma/biodiversidade.jsp

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Buxo (Buxus sempervirens)





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Tomei pela primeira vez contacto com o buxo ainda em miúdo - tinha a minha mãe trazido vários pés do “Horto de Esgueira”, com que embelezou uma bordadura do jardim lá de casa. Morava eu na altura em Aveiro, terra que me viu nascer.
Vários anos passaram, vários jardins visitei e em quase todos lá estava o buxo. Pela grande resistência à poda, esta espécie é há muito empregue nos jardins, nomeadamente na arte da topiaria – a arte de esculpir as plantas.
Já a residir no Alto-Douro, tive o meu primeiro contacto com o buxo em estado selvagem nas margens do dito rio, em Porto de Rei, concelho de Mesão Frio. Estava na altura longe de saber que o buxo é uma espécie autóctone. Intrigou-me pois a sua presença em plena natureza. Mais tarde descobri que esta planta não existe só no Douro como nalguns dos seus afluentes do Nordeste português – Tua, Sabor, … .
As fotografias que ilustram este post obtive-as na Ilha dos Amores, concelho de Castelo de Paiva. Douro atlântico portanto, onde são diminutas as referências a esta espécie.
O buxo é em Portugal uma relíquia do Terciário, época em que a floresta Laurissilva cobria parte da Europa. Partilha este estatuto com o azereiro, a hera, o folhado, o azevinho, o loureiro e o medronheiro. Possuo vários buxos no meu jardim.
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Nome vulgar: buxo; buxinho; bucheira, buxo-comum; buxo-arbóreo; olho-de-gato;árvore-da-caixa
Família botânica: Buxaceae
Nome científico: Buxus sempervirens
Distribuição Geral: Sudoeste e Centro-oeste da Europa; Noroeste de África; Sudoeste da Ásia
Distribuição em Portugal: bacias dos grandes rios do Nordeste Transmontano.
Habitat: Matos ripícolas em leitos de cheia, em substratos pedregosos básicos e ultrabásicos mas também em xistos e granitos.
Floração: janeiro – maio
Características: Arbusto ou pequena árvore que pode atingir até cinco metros de altura, muito ramificado, de ritidoma inicialmente liso e castanho, depois suberoso e acinzentado. Os ramos, verdes, possuem pelos. Os mais velhos adquirem cor amarelada.
As folhas, persistentes, possuem 15 a 30 milímetros de comprimento, são opostas, ovadas ou elípticas, possuindo um pecíolo curto. A coloração das folhas é verde, mais claras na página inferior, embora varie do amarelado ao avermelhado durante o inverno.
As inflorescências são axilares, amareladas, constituídas por 5 a 6 flores masculinas que rodeiam uma feminina central.
O fruto é uma cápsula, acastanhada ou acinzentada, com sementes duras e escuras.
Utiliza-se muito em jardinagem (topiaria e construção de sebes) por suportar bem as podas e não perder a folhagem no inverno. O buxo deve ser cultivado em pleno sol ou em meia-sombra. É tolerante ao frio. Adapta-se a todos os tipos de solos, embora os prefira calcários. Multiplica-se facilmente por estaca e por semente.
Rafael Carvalho / nov2012

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O frio chegou, também ao meu lago…




 

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O frio chegou ao meu lago. No estrado, o verde vai sendo substituído pelo branco do gelo.
É necessário preparar a chegada do Inverno. Na região onde habito, a superfície da água chega a ficar congelada dias a fio. O gelo tem uma grande força destrutiva e pode causar estragos.
Um garrafão de água parcialmente submerso, ajuda a aliviar as tensões exercidas sobre as margens.
Mesmo em pleno outono, folhas de árvore no lago não há. Instalei-o longe das árvores e com isso poupo tempo na sua remoção.
Tabuas, lírio-amarelo-dos-pântanos, caniços, … há muito a parte aérea destas plantas se finou. Só farei porém a sua remoção lá mais para o fim do inverno, altura em que dos rizomas brotarão novas folhas. Até lá serve a folhagem de abrigo à bicharada, até porque os insetos também têm direito à vida! Há outro propósito em manter a folhagem – quando a superfície do lago está congelada, como se de uma palhinha se tratasse, facilita as trocas gasosas com o fundo do lago.
Rafael Carvalho / dez2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Manifesto da Quercus pela Florestas Autóctones

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O "Manifesto da Quercus pela Floresta" surgiu da necessidade de ajudar na comunicação sobre a importância das nossas florestas naturais, alertando os decisores e esclarecendo o público interessado sobre a visão que a Quercus defende para uma floresta de futuro em território nacional. Este manifesto está disponível, na íntegra,
aqui.

domingo, 2 de dezembro de 2012

WWF incentiva Portugal a aumentar área de sobreiros

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A WWF (Fundo Mundial da Natureza) incentivou hoje Portugal a aumentar a área de sobreiros, no Sul do país, porque estes actuam como barreira à desertificação, fenómeno agravado pelas alterações climáticas.
A organização defende o aumento da distribuição mas também a densidade dos montados, que tem diminuído nos últimos anos. Segundo as suas contas, feitas em colaboração com o Instituto Superior de Agronomia, um aumento de 20 por cento da área actualmente coberta por sobreiros pode manter, em 2020, a fronteira da desertificação próxima dos limites actuais.
Mas com uma gestão inadequada, a WWF prevê que os montados regridam um por cento ao ano a partir de 2020 e que a desertificação avance mais de um quilómetro por ano.
Outra das conclusões do relatório é a expansão para Norte da área de distribuição do sobreiro, que a WWF considera uma medida reactiva num cenário irreversível de alterações climáticas e avanço da desertificação.
A WWF acredita que a manutenção do sobreiro na mancha de distribuição tradicional a sul do Tejo e a sua expansão para Norte são "as soluções".
"A floresta portuguesa poderá enfrentar uma crise ambiental e económica que arrastará a fronteira da desertificação em Portugal para Norte, a não ser que actuemos agora no sentido de a adaptar aos cenários de alterações climáticas", afirmou Luís Silva, da WWF.
Este responsável defende esquemas de certificação florestal para uma gestão sustentável dos montados.
Em Portugal o sobreiro ocupa quase 74 mil hectares do território, sendo esta espécie a base da economia da cortiça.
A WWF propõe ainda a aplicação de boas práticas de gestão que assegurem a regeneração natural dos povoamentos de sobreiro e que funcionem como protecção contra pragas e doenças, assegurando a sustentabilidade do ecossistema.
"Esta estratégia veicula a travagem da tendência de decréscimo da densidade do sobreiro, prescrevendo-se como medida prioritária na estratégia nacional de combate à desertificação", defende a organização.
A WWF defende, também, o desenvolvimento de novos mecanismos de conversão de emissões em créditos de carbono, para criar formas de compensação da baixa produtividade dos projectos de sequestro de carbono em territórios susceptíveis à desertificação, tornando-os mais atractivos ao investimento.