quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Gilbardeira (Ruscus aculeatus)



+
Estranhamente, o valor ornamental da gilbardeira ainda não foi devidamente reconhecido. Não é fácil encontrá-la em jardins.
A gilbardeira, com os seus frutos vermelhos, é particularmente decorativa na época natalícia que hora atravessamos.
Tenho várias gilbardeiras no meu jardim e estou satisfeito com isso. Propagei-as por divisão do rizoma, no início da primavera. Parece que também é fácil propagar a gilbardeira por semente.
Durante muito tempo a gilbardeira intrigou-me – aparentemente as suas flores, e posteriormente os seus frutos, pendiam do meio das folhas. Coisa estranha! A resposta a este enigma virá mais à frente.
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Nome vulgar: gilbardeira; erva-dos-vasculhos; Gilberdeira; pica-rato; azevinho-menor
Família botânica: Ruscaceae
Nome científico: Ruscus aculeatus
Distribuição Geral: S Europa, Hungria, Turquia e Macaronésia (Açores)
Distribuição em Portugal: praticamente em todo o país
Habitat: Matos e sub-bosques. Prefere os locais frescos e sombrios, não aguentando contudo as geadas em altitudes mais elevadas. Tolera razoavelmente a seca. Surge com frequência nas florestas de sobreiro, de azinheira e de carvalho-roble
Folhagem: persistente
Floração: março a julho
Maturação dos frutos: de agosto a março
Características: Trata-se de um pequeno arbusto de porte compacto que pode atingir 1 m de altura.
O que na gilbardeira aparentam ser folhas são na realidade expansões do caule, designadas por cladódios. É nessas formações que despontam as flores e se formam os frutos, bagas globosas, vermelhas quando maduras.
As raízes e rizomas da gilbardeira são usados em fitoterapia, no tratamento de hemorroidas e varizes. A sua raiz é usada como diurético. Por ser uma planta muito resistente, é usada no fabrico de vassouras.
É muito ornamental e pouco exigente.
Rafael Carvalho / dez2011

3 comentários:

  1. Eu tenho uma gilbardeira já com mais de um metro, contudo há uma pergunta que ainda não vi respondida, que é o facto da que eu tenho não dar frutos, as tais bagas vermelhas como dão os azevinhos. E isto leva-me a crer, por senso comum, que será também uma planta que, tal qual o azevinho, origina machos e fêmeas. Entretanto há uns meses consegui trazer do monte uma pequena gilbardeira, que só tinha mesmo um filhote, mas que já tinha bagas, enquanto muitas outras que vi, nada!
    Mas concordo consigo, é um bocado incompreensível como comercialmente não se vê em hortos e viveiros, até porque pode ser muito ornamental, e segundo até já li os novos rebentos podem ser usados na cozinha.

    ResponderEliminar
  2. Aquifolivm,
    a gilbardeira é efetivamente uma espécie dióica, com os sexos separados em indivíduos diferentes.
    Se enterrar os frutos, nascem novas gilbardeiras com alguma facilidade.
    Cumprimentos.

    ResponderEliminar
  3. Olá. Tem razão quando fala que estranhamente, o valor ornamental da gilbardeira ainda não foi reconhecido, que não é fácil encontrá-la em jardins... Também fiquei surpresa quando finalmente vi um projecto de espaços exteriores com essa espécie :) O novo hospital de Lamego tem canteiros com a ruscus aculeatus :) Fica aqui esse apontamento. Felizmente cada vez mais se tem dado valor às plantas autóctones, pode ser que no futuro as encontremos em quantidade nos viveiros e hortos.

    ResponderEliminar