quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Azeitona pronta a curar...

O meu jardim autóctone não tem só espécies nativas. A oliveira (Olea europaea) também está presente. Esta pequena árvore distribui-se por todo o território nacional, sendo cultivada para aproveitamento do seu fruto – a azeitona. A azeitona é comida crua depois de curada ou usada na produção de azeite.
Plantadas há apenas três anos, as minhas oliveiras não passam de crianças - foi este o primeiro ano que me deram azeitonas. Como não são muitas, vou simplesmente curá-las para poderem ser servidas à mesa. Confesso que nunca o fiz. Segundo me disseram os meus vizinhos, parece que a primeira etapa da cura, que só terminará em Março do próximo ano, consiste em mantê-las submersas em água. A água deverá ser mudada semanalmente. Quanto à etapa seguinte, logo se vê…
Rafael Carvalho / nov2011

domingo, 27 de novembro de 2011

Medronheiro (Arbutus unedo)

Foto 1 - Medronheiro monumental em Armamar
  Foto 2 - Fruto do medronheiro (medronho)
Foto 3 - Floração do medronheiro
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Quanto aos medronheiros, tenho-os no meu jardim.
Nesta altura do ano são estremamaente decorativos. Com os seus frutos suspensos, rubros, os medronheiros fazem-me lembrar pequenas árvores de natal.
Para quem pretende ter um medronheiro no seu jardim, o método mais fácil de o propagar consiste em transplantar uma árvore jovem da natureza, o que não é dificil de obter nas regiões onde existem medronheiros. No Douro, onde habito, quem faz saibramentos de terras, a pedido de um amigo lá vai arranjando um ou outro medronheiro, nalguns casos de grandes dimensões...
Quando plantei o meu primeiro medronheiro, tive uma desilusão - tendo-lhe caído as folhas, estado em que se manteve durante um ano, dei-o como morto. Curioso é o facto de ter ressuscitado, com novas rebentações junto à base!
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Nome vulgar: medronheiro; morangueiro; ervedeiro; êrvedo; êrvodo
Família botânica: Ericaceae
Nome científico: Arbutus unedo
Distribuição Geral: Irlanda, S Europa, N África, Palestina e Macaronésia
Distribuição: todo o país exceto nas zonas alpinas
Habitat: matos e matagais
Folhagem: persistente
Características: arbusto ou pequena árvore que pode atingir os 18 metros de altura.
A floração dá-se no Outono. Os frutos (medronhos) em forma de baga globosa com cerca de 20-25 mm de diâmetro são comestíveis. Os medronhos demoram um ano a amadurecer, coabitando os frutos do ano anterior com as flores do próprio ano. Inicialmente os medronhos são amarelos, depois vermelhos na maturação. Após fermentação o medronho é utilizado no fabrico de aguardente.
Toda a planta é muito ornamental pelo seu porte, folhagem e fruto – o medronheiro sabe-se enfeitar.
Rafael Carvalho / nov2011


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O Jardim Autóctone nasceu...

Apaixonado pelo mundo natural no geral e pelo nosso mundo natural em particular, chegou o momento de criar este blogue.
Frequentemente ficamos sensibilizados e comovidos com a perda de habitat em paragens distantes - Madagáscar, Amazónia, Indonésia, ...
Esquecemo-nos contudo que, de feição mais atlântica ou mais mediterrânica, também os nossos ecossistemas estão ameaçados. Se não formos nós a inverter ou pelo menos a parar a atual degradação do nosso território, ninguém mais o fará.



Foto: Pilrriteiro (Crataegus monogyna) / Serra da Boa Viagem - ago2010
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Choramos o desaparecimento do Tigre da Tasmânia na Austrália, ocorrido durante o séc. XX, mas pouco fazemos em pleno séc.XXI pelo nosso Tigre Ibérico, uma alusão ao lince ibérico - Lynx pardinus.
Portugal eucaliptizou-se. A área ocupada pelo eucalipto já supera a área de qualquer outra espécie florestal nativa, autóctone. Não fora a intervenção humana e hoje os carvalhais, potenciadores de biodiversidade, continuariam a dominar em Portugal.
Jardim autóctone porquê?
No meu jardim mando eu! As espécies autóctones são aquelas que são naturais dos locais onde ocorrem, por oposição às espécies exóticas ou alóctones, oriundas doutros locais, muitas vezes distantes. As espécies autóctones estão perfeitamente adaptadas ao solo, resistem facilmente à seca, ao calor no verão e à geada no inverno. Estabelecem ainda relações com a fauna local, fornecendo-lhe abrigo e alimento, potenciando pois a biodiversidade.
Rafael Carvalho - nov2011